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LANÇAMENTO

EP ZUMBIIDO

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“ZUMBIIDO” exalta os fortes chamados para a unidade africana em todo o mundo.

 

No dia 08 de julho de 2024 (segunda-feira), a Comunidade ZUMBIIDO promoveu a audição e um coquetel de lançamento do seu primeiro EP intitulado “ZUMBIIDO”, no espaço cultural independente Matilha Cultural, na região central de São Paulo. 

O primeiro EP produzido autonomamente por Kânda ZUMBIIDO registra as primeiras canções criadas pela comunidade para o Cortejo de seu Bloco Preto, um dos blocos mais emblemáticos da cultura afro-diaspórica brasileira. 

 

“A música é vibração e frequência, o ânimo primeiro. ZUMBIIDO é o som do transe. É o estímulo no vazio que antecede a luz. E é no transe, o lugar profundo e escuro entre os dois mundos, que nos conectamos com o todo. No inconsciente está o começo de tudo”, são as diretrizes exaltadas pela comunidade no lançamento desta obra. 

 

O EP é composto por quatro faixas sendo “Prelúdio Negro” um chamado de guerra, “Rainha e Reis” uma celebração da capacidade de unidade (o propósito Umoja) através da metáfora do “negro, o ser de luz”; além de “Sou um” que, em clima de Ijexá, demonstra o eixo da comunidade, o quanto as pessoas que a integram se tornam células de um grande organismo e do quanto Ifé (amor como ação) é importante para elas.

 

A quarta faixa, “A mola do mundo”, é uma música que faz uso da metáfora desta grande moenda, que é o mundo ocidental, para tentar revelar todos os aspectos de grandeza do povo preto. É um vissungo, um canto de lamento e de protesto ao mesmo tempo, com uma promessa de vitória.

Sobre

ZUMBIIDO

NOSSA
COMUNIDADE

ZUMBIIDO é Kanda. Afroascendente por essência, da diáspora africana, organizada desde 2007. É a união de homens pretos e mulheres pretas. Em seu sopro primeiro é a verbalização do levante do povo preto ao reconhecer-se como desdobramento e ressonância do legado do imortal líder revolucionário, Honorável Rei Zumbi de N'gola Janga (Palmares).

É espírito, corpo e mente autônomo e agente, que é construída e constrói, é organização e organiza, é mantida e mantém, é frequentada e frequenta, é promovida por e promove suas células, as pessoas pretas e é experiência e assunto próprio delas.

Neste espaço, trata-se do exercício da consciência, da identidade, da cura à partir da força, da proteção à partir do compromisso, do cuidado à partir da auto-responsabilização, da construção e manutenção de nossa intersubjetividade, da contracolonização de mentes e corpos diante de um mundo que se organiza para subjugar e exterminar pessoas pretas.

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BLOCO PRETO
ZUMBIIDO AFROPERCUSSIVO

Bloco Preto ZUMBIIDO AFROPERCUSSIVO é um grupo percussivo com propósito de consolidação da cultura preta. É um espaço de reflexão e vivência acerca dos saberes e fazeres da cultura africana somente para pessoas pretas.

É um núcleo de práticas que dissemina a cultura através da linguagem da música percussiva, do canto e da dança a fim de estabelecer um processo de interesse, não somente nas festividades, mas também na consciência racial, política e  cultural da comunidade preta. Desenvolvendo assim, um ambiente de construção e troca de ideias, pesquisa e resgate destas tradições que colabora para a construção do levante da nação preta.

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O CORTEJO PRETO

"Esta grande festa de largo emana do

povo preto e foi criada para exaltar o poder da

união preta em torno de um propósito

a partir de sua cultura".

 

Vestimos um sonho mas nunca uma fantasia. 

Em nossa casa dizemos "imaginar é o primeiro passo" porque tudo ocorre em Ori antes de vir ao mundo. 

Construímos incessantemente imagens de tudo aquilo que queremos realizado. Não há nada mais urgente a ser construído se não a união preta como povo - é esta a nossa ideia de restabelecimento de poder, a auto-imagem.

Neste dia vestimos a vitória dos exércitos pretos, cantamos nossa espiritualidade, dançamos a liberdade das crianças pretas, tocamos as re-existências de nossos ancestrais. Ventilamos o futuro ao celebrar os feitos, frutos e vitórias do ano através da união de nossa comunidade. Desfilamos para nosso povo o testemunho de que entre pretas e pretos, pensando raça primeiro, tudo é possível - Estando orgulhosos pelo que se fez e provocados para o que ainda não se fez.

Antes de ir à rua, fomos uma casa cujo quintal foi salvo - nosso chão não é poeira. Muito foi sonhado e organizado por estas pessoas. Tudo o que se vê neste dia foi imaginado, semeado, executado, repetido, mantido, patrocinado por homens e mulheres pretas de propósito.

 

Suas famílias de sangue, seus filhos, pais e avós, seus amigos e parceiros estiveram juntos. A vontade foi cultuada para o caminho que ninguém caminha.

CORTEJO PRETO 2024

MWENE KONGO

O Mwene alcança Tukula. Por isso, veste-se como um caçador. Vida longa ao Senhor do Kongo!

"Manicongo" diz-se, na verdade, Mwene Kongo e era o título dos governantes congos do Reino do Congo, um reino que existiu em África, entre o Século XIV e o Século XIX.

O termo "Manicongo" é uma corruptela da palavra em quicongo, "Mwene Kongo" (literalmente "senhor do Congo"). O termo "wene" refere-se tanto ao reino como um todo, quanto a cada uma das unidades territoriais que o integravam. Os senhores dessas wene eram chamados de "Mwene", sendo que o Manicongo era o Mwene mais poderoso do reino, reconhecido como líder ("ntinu") pelos portugueses, desde a invasão, em 1483.

 

O "Manicongo" residia na cidade-capital do reino, Mabanza Congo, que passou a chamar-se São Salvador desde a conversão dos congos ao cristianismo católico. O manicongo nomeava os governadores das províncias e recolhia os impostos que estipulava. O Reino do Congo existia na região do baixo Congo, num território hoje pertencente a Angola e à República Democrática do Congo, e teve desde o século XV contatos intensos com os Portugueses, que chegaram a converter boa parte da população à religião católica.

 

Nímia Luqueni (Lukeni lua Nimi; c.1380-1420) foi o fundador tradicional da Casa de Lukeni, primeiro manicongo e fundador do Reino do Congo (Día Ntotila). O nome de Nímia Lukeni é citado na tradição oral e por alguns historiadores e arqueólogos contemporâneos. Ele também foi o conquistador do Reino de Mwene.

Embora ele tenha governado ao longo do vale do rio Coulo, foi tradicionalmente creditado como conquistador da cidade de M'banza Kongo, substituindo o governante local Muene Cabunga (ou Muene Impangala), construindo sua capital na região, assumindo título de Ntinu e fundando o Reino do Congo, governando provavelmente até o início do século XV. Ele é, portanto, considerado o fundador do Reino do Congo, embora alguns atribuam o feito a seu pai. Algumas fontes ainda atribuem a conquista do vale de Inkisi de Sundí e Impango, sendo estas terras divididas entre seus parentes.

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Cortejo Preto 2023

CORTEJO PRETO 2023

Z'MUKANDA

Mukanda Cortejo Preto 2023 aconteceu em São Paulo-SP, no Largo do  Paissandu às 13H00 do dia 18 de Fevereiro de 2023.

Para nós, descendentes de Bantus, Mukanda ou Quilombo não é só sinônimo de lugar físico. Além de terra, Mukanda é um processo iniciático e de passagem. Um constante desenvolvimento e de formação de identidade pessoal e coletiva. Mukanda nos prepara para interiorizar os valores de nossos ancestrais conforme nossa personalidade. Nos coloca no caminho da Comunidade.


A palavra Mukanda tem origens entre os povos Bantu da África Central e refere-se a um rito de passagem que marca a transição da infância para a idade adulta, frequentemente envolvendo um período de aprendizado e ritualização em que o indivíduo é instruído sobre os valores, histórias e tradições de sua cultura. Esses ritos têm implicações não apenas para o desenvolvimento pessoal, mas também para a continuidade da identidade coletiva, reforçando laços sociais e a conexão com os antecessores. Em comunidades Bantu, o Mukanda é considerado uma etapa fundamental na formação de líderes e membros ativos da sociedade, preparando-os para contribuir para o bem-estar do grupo e manter a coesão comunitária.


No contexto da diáspora africana, o conceito de Mukanda foi ressignificado nas Américas, especialmente nos quilombos do Brasil. Os quilombos, como Palmares e outros, não eram refúgios físicos de resistência à escravidão, mas reinos africanos, projetos de nação, espaços em que se praticavam e preservavam rituais africanos. Nesses locais, a ideia de Mukanda transcendeu os limites do rito de passagem tradicional, tornando-se um símbolo de resistência e resiliência, onde as comunidades negras desenvolviam suas próprias formas de identidade, cultura e solidariedade em meio à adversidade. Assim, Mukanda representa não apenas a continuidade dos ritos iniciáticos, mas também a capacidade de adaptação e a criação de novas formas de expressão cultural e social nas Américas.